sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sofrimento animal

Ontem vi algo que me chocou...
Antes de iniciar a aula, comecei a ouvir um ganido e um lamento vindo da rua. Sem saber o que se passava sai procurando ver o que se passava. Pensei que poderia ser uma luta de cães ou algo assim.
Mas não sei porque, não me perguntem, os sons soaram-me a dor e sofrimento. Um ganir desesperado de um animal em sofrimento extremo, a pedir ajuda....
Sai e vi que na rua por trás do Dojo a ambulância dos bombeiros tinha acabado de atropelar a cadelita do quartel. Fiquei em estado de choque e completamente paralisado, doido de dor....
Esta cadelinha é muito velhota, tem já uma vista cega com cataratas, mas é bem tratada e um animal doce e meigo. Não tenho nenhuma afeição em especial pelo animimal, nem sei o seu nome, mas custumo fazer uma festinha que ela retibui com as orelhitas puxadas para trás e uma satisfação enorme pelo carinho.
Como isto aconteceu está para alem da minha compreensão. A rua é estreitissima, mas apesar disso passam todos em alta velocidade naquela rua. Pelos vistos isso inclui os próprios bombeiros, condutores de ambulancias.... Pessoas que deveriam ter a responsabilidade de zelar pelos outros. Que deveriam ser condutores cuidadosos. Tretas. Animais selvagens como todos os outros e talvez ainda mais estupidos. Qual a pressa para entrar no estacionamento, qual a necessidade de vir a acelerar, como não viram? Tudo desculpas de merda. As mesmas que eles proprios devem ouvir quando vão acudir a um atropelamento de uma criança ou de um velhote. Besta! Animais! E se fosse um dos miudos que vai treinar? Um dos Pais? Qualquer pessoa? Pois claro que naquela rua, aconteceu ao animal mas pode acontecer a qualquer um. Está para alem da minha compreensão como pessoas que lidam com acidentados todos os dias e vivem estas coisas sejam tão pouco cuidadosos ou sensatos.
O Animal simplesmente gania, arrastou-se para mim sem conseguir colocar a pata no chão.... De uma forma que para mim será inesquecivel, no sofimento e desespero, passou por mim enquanto eles se desculpavam e justificavam. Eu estava em Choque sem saber o que fazer, o animal arrastou-se até finalmente se imobilizar à porta do meu dojo. À porta do meu Dojo! Como que a pedir proteção... Talvez os Kami a ajudassem. Pensei sinceramente que ela iria morrer à porta do Meu Dojo. Gritei, discuti, exigi que tratasem do animal. Esmurrei uma parede para não esmurrar ninguem e assim descarregar a minha raiva.
Palhaços! Animais!
Fui dar a minha aula dentro do que possivel. Sei que o animal está vivo, presumo que tenham levado ao veterinario e qu estej apenas magoada. Sei pelo menos que vive, pois tive o cuidado de a procurar no final do treino para ver.
Para um guerreiro viver e morrer são coisas a encarar com naturalidade. O sofrimento faz parte da vida. Tudo isto sabemos, ma nunca, nunca devemos ser insensiveis ao sofrimento dos outros. Pois essa é a natureza de um guerreiro. Saber, mas tambem sentir.